Ouvimos sempre dizer que para determinar a frequência cardíaca
máxima é só subtrair 220- idade e a partir do resultado mensurar a intensidade
de esforço ideal para o exercício. Pois antes de adotar essa expressão
matemática como o modelo mais confiável, vamos conhecer um outro modelo usado e confiável atualmente.
Você
sabia que a expressão matemática “220 – Idade” foi construída arbitrariamente
com base em informações tiradas de alguns estudos em indivíduos portadores de
algum tipo de cardiopatia, e portanto, alguns deles faziam uso de medicamentos ?
Essa
expressão matemática surgiu a partir da análise de estudos realizados com esses
pacientes, e concluiu-se que em sujeitos com mais de 20 anos de idade
submetidos a esforço físico máximo, havia um decréscimo médio próximo de 1
batimento cardíaco por minuto a cada ano
(FOX, 1971).
Só
mais recentemente, houve preocupação em revisar o modelo tradicional “220–Idade”,
inicialmente com a utilização da técnica de meta-análise com estudos
previamente publicados
e, na seqüência, por intermédio de delineamento experimental realizado em condições
laboratoriais.
Neste sentido, constatou-se que, independentemente do sexo e do nível
de condicionamento cardiorrespiratório do avaliado, o modelo matemático que
melhor explica
as variações da freqüência cardíaca máxima em sujeitos adultos assintomáticos à
vista disfunções cardiovasculares e metabólicas é:
FCmáx = 208 – (0,7 x Idade em anos)
Ou seja, significativamente diferente da
proposta anterior.
Quando
ambos os modelos são aplicados em avaliados de mesma idade, constata-se que o
modelo “220 – Idade” superestima a freqüência cardíaca máxima em sujeitos mais jovens,
apresenta valores coincidentes em sujeitos com aproximadamente 40 anos e partir de então, subestima-a
progressivamente com avanço da idade (Tanaka, 2001).
A fórmula de Tanaka já foi contestada em alguns estudos, principalmente aqueles que utilizaram idosos como objeto de estudo. Citamos o de Barbosa, 2004, que analisou 93 idosas durante teste de esforço progressivo, e comparou a FCmax realizada com as fórmulas predição de Tanaka e 220 – idade. Concluiu-se que a fórmula de Tanaka superestimou em 15,5 BPM e a de 220- idade em 7,4, sendo, portanto, considerado o modelo mais próximo do real.
Porém, convém ressaltar que fórmulas de predição de FC máx são individuais, obtidas através de teste ergométrico de esforço progressivo - máximo, mas que a fórmula de Tanaka pode ser uma alternativa relativamente confiável para predizer a zona alvo de intensidade de exercício, visto que como foi destacado, serve para pessoas de qualquer nível de condicionamento físico adultos assintomáticos à vista de disfunções cardiovasculares e metabólicas. Indivíduos com disfunções, devem sempre estar orientado por médico, que irá avaliar a melhor fórmula de FCmax para aquela ocasião.
De posse de informações associadas à estimativa da freqüência cardíaca máxima, torna-se possível estabelecer indicadores quanto à intensidade do trabalho muscular com o uso da chamada freqüência cardíaca de reserva (FCreserva), que corresponde à diferença entre a freqüência cardíaca máxima (FCmáxima) e a freqüência cardíaca de repouso (FCrepouso):
A fórmula de Tanaka já foi contestada em alguns estudos, principalmente aqueles que utilizaram idosos como objeto de estudo. Citamos o de Barbosa, 2004, que analisou 93 idosas durante teste de esforço progressivo, e comparou a FCmax realizada com as fórmulas predição de Tanaka e 220 – idade. Concluiu-se que a fórmula de Tanaka superestimou em 15,5 BPM e a de 220- idade em 7,4, sendo, portanto, considerado o modelo mais próximo do real.
Porém, convém ressaltar que fórmulas de predição de FC máx são individuais, obtidas através de teste ergométrico de esforço progressivo - máximo, mas que a fórmula de Tanaka pode ser uma alternativa relativamente confiável para predizer a zona alvo de intensidade de exercício, visto que como foi destacado, serve para pessoas de qualquer nível de condicionamento físico adultos assintomáticos à vista de disfunções cardiovasculares e metabólicas. Indivíduos com disfunções, devem sempre estar orientado por médico, que irá avaliar a melhor fórmula de FCmax para aquela ocasião.
De posse de informações associadas à estimativa da freqüência cardíaca máxima, torna-se possível estabelecer indicadores quanto à intensidade do trabalho muscular com o uso da chamada freqüência cardíaca de reserva (FCreserva), que corresponde à diferença entre a freqüência cardíaca máxima (FCmáxima) e a freqüência cardíaca de repouso (FCrepouso):
Em
teste ergométrico, fica mais fácil analisar a porcentagem de esforço, pois
temos a frequência cardíaca sendo aferida a todo instante.
Como
ilustração, supõe-se um avaliado com 40 anos de idade, freqüência cardíaca de repouso
de 80 BPM (aferição feita após 5 minutos sentado, em local tranquilo) e
freqüência cardíaca de esforço (FCesforço) em três diferentes momentos:120,
140 e 160 BPM:
Estimativa
quanto à freqüência cardíaca máxima:
FCmáx. = 208 – (0,7 x Idade em anos)
= 208 –
(0,7 x 40 anos)
= 208 –
28
=
180bpm
Estimativa
quanto à freqüência cardíaca de reserva:
FCreserva = FCmáxima – FCrepouso
=
180bpm – 80bpm
=
100bpm
Proporção
da intensidade do esforço físico equivalente à FCesforço
= 120bpm:
(FCesforço) – FCrepouso)
%
FCmáx. = --------------------------- x 100
FCreserva
120bpm – 80bpm
%
FCmáx. = ----------------------- x 100
100bpm
%
FCmáx = 0,40 x 100
%
FCmáx = 40%
Proporção
da intensidade do esforço físico equivalente à FCesforço
= 140bpm:
(FCesforço) – FCrepouso)
%
FCmáx = --------------------------- x 100
FCreserva
%
FCmáx = 140bpm – 80bpm
=
----------------------- x 100
100bpm
%
FCmáx = 0,60 x 100
%
FCmáx = 60%
Proporção
da intensidade do esforço físico equivalente à FCesforço
= 160bpm:
(FCesforço) – FCrepouso)
%
FCmáx. = --------------------------- x 100
FCreserva
%
FCmáx = 160bpm – 80bpm
----------------------- x 100
100bpm
= 0,80
x 100
= 80%
Por
esse exemplo, o avaliado em questão, durante o teste ergométrico, ao apresentar
freqüência cardíaca de esforço de 120, 140 e 160 BPM deverá apresentar proporção
em relação à freqüência cardíaca máxima de 40, 60 e 80%, respectivamente.
Essa
fórmula pode parecer gigante, difícil, chata de se fazer todo momento, mas se
formos parar para analisar, fazendo um parâmetro entre a antiga fórmula “220 - idade”,
concluiremos que 60% da FCmax do mesmo indivíduo de 40 anos do exemplo será de
108 BPM (180 x 60% da FCmax). Utilizando a fórmula de FCesforço, descobrimos
que esses mesmo 60% são de
140BPM.
Portanto, quando for determinar a FC a ser monitorada durante o exercício, identifique a sua a partir desses cálculos matemáticos. Se você já sabe que os mesmos 108 BPM em uma pessoa com 40 anos serão na nova fórmula equivalentes a 28% da FCmáx, então para identificar os 60% da nova fórmula, precisará acrescentar em torno de 20 BPM para descobrir a zona ideal.
Portanto, quando for determinar a FC a ser monitorada durante o exercício, identifique a sua a partir desses cálculos matemáticos. Se você já sabe que os mesmos 108 BPM em uma pessoa com 40 anos serão na nova fórmula equivalentes a 28% da FCmáx, então para identificar os 60% da nova fórmula, precisará acrescentar em torno de 20 BPM para descobrir a zona ideal.
Difícil
entender ?
Vamos
fazer um cálculo. Supondo que um indivíduo de 30 anos precise treinar hoje a 70%
de sua FCmáx. Sua FCrepouso é de 60 BPM. Utilizarei a nossa fórmula proposta para o
resultado:
Pelos
cálculos, a FCmáx. desse indivíduo é de
187 (3 a menos que a antiga 220 –idade).
Agora,
vamos fazer a FC reserva. O resultado será de 127 BPM. Pela antiga fórmula, 70%
da FC máx seria de 130 BPM. Agora vou acrescentar 20 BPM (150 BPM) para a
fórmula deFCesforço e vou chegar ao resultado de 70%.
Acha
muito chato ter que toda hora ficar fazendo contas ?
Deixe
as zonas de intensidade de exercício mais usuais anotadas. E refaça alguns meses após iniciar seu programa de exercícios aeróbios, pois pode haver alterações na FCrepouso.
Chegamos, portanto, a conclusão que essa fórmula pode ser utilizada por atletas e pessoas que desejam emagrecer, condicionar-se ou que tem outros
objetivos.Convém sempre
ressaltar que essa é uma fórmula PROPOSTA, e que é muito importante estar sempre com os exames cardiológicos em dia, conversar com seu médico e procurar um profissional de educação física para uma melhor orientação
de um programa de exercícios eficiente.
Referências:
Fox
SM; Naughton JP; Haskell WL. Physical activity and the
prevention of coronary heart
disease. Annals Clinical Research, 1971.
Tanaka
H; Monahan KD; Seals DR. Age-predicted maximal heart rate revisited.
Journal of the American College of Cardiology, 2001.
Guyton, A.C.; Tratado de
Fisiologia Médica, 2001
Barbosa, F. P.; Oliveira H.B.; Fernandes, P. R.; Fernandes . J. Estudo Comparativo de Equações de Estimativa da FC Máxima. Fitness and Performance Journal, 2004
Barbosa, F. P.; Oliveira H.B.; Fernandes, P. R.; Fernandes . J. Estudo Comparativo de Equações de Estimativa da FC Máxima. Fitness and Performance Journal, 2004